RELATÓRIO IX

Professora de Língua Portuguesa tenho, como principal objetivo de minhas aulas, formar leitores. Sabemos que não é nada fácil mostrar a crianças e adolescentes o incrível mundo que se esconde por detrás de um livro tendo como concorrentes a televisão, a internet, os jogos eletrônicos, entre tantas outras novidades tecnológicas. Acredito, no entanto, que quem se deixa render aos encantos dos livros facilmente tornar-se-á deles um escravo.
E qual a receita – perguntam-se sempre e novamente os professores – para formar leitores? Na minha opinião, só se aprende a ler, a ler bem e a gostar de ler, lendo! Penso que de nada adianta o professor discursar por horas sobre a importância da leitura se, em suas aulas, não há espaço para ela.
Em vista disso, e trabalhando em uma escola em que há salas temáticas – isto é, tenho um espaço somente para aulas de Língua Portuguesa - procuro ter, na minha sala, material de leitura: contos, jornais, gibis, revistas, livros dos mais variados estão à disposição dos alunos para sempre que eles tiverem interesse. Além disso, pelo menos uma vez por semana, temos espaço nas aulas para a literatura. Lemos contos, poesias, trechos de livros, os alunos e a professora contam o que estão lendo, trazem sugestões de leitura de casa. Em cada aula, dois alunos previamente selecionados dispõem-se a falar sobre o que estão lendo, fazem resumos, resenhas, anúncios publicitários, poesia, música, cartaz sobre o que leem.
Como proposto no Avançando na prática da seção 2 da unidade 24 (TP6), certa aula, optei por eu realizar a leitura de um conto. Chama-se Pâmela, e está na obra Avenida de histórias, do escritor hamburguense Henrique Schneider, que foi à escola conversar com os alunos em novembro. Os textos desse livro são de caráter anedótico. São histórias curtas, de humor, que o escritor transcreveu da oralidade. O conto que fecha a obra, no entanto, não é engraçado, mas faz o leitor refletir sobre uma das principais funções da literatura: permitir-nos escapar da – muitas vezes dura – realidade e criar um mundo novo, diferente daquele em que vivemos.



Henrique Schneider leu dois de seus contos durante bate-papo com alunos.




O escritor autografando o livro ao aluno Andrew.